sábado, 17 de outubro de 2009

o dia do vento

Então, sentamos por alguns instantes. Estávamos até agora correndo, pois ventava muito, e a previsão do tempo alertava sobre o risco de temporais. Não tínhamos medo do temporal, mas não queríamos molhar nossa câmera fotográfica. Havíamos saído para tirar alguma fotografia – ao menos uma, para servir de recordação para sempre. Essa foi a desculpa para a nossa saída. E estávamos procurando um lugar bonito, para que a fotografia ficasse mais especial ainda. É incrível como as fotografias tornam os momentos mais especiais do que eles realmente são. Porém, naquele dia estávamos buscando por um momento especial, num lugar especial, para ter um registro especial.
Acontece que nem achamos o local e nem tiramos a foto. Voltamos correndo para casa, antes que o dilúvio caísse.
Na rua, quem nos viu pensou que éramos loucos, ou no mínimo muito bobos. Viemos todo o caminho da volta rindo, e correndo, e rindo, e procurando em volta para ver se ali mesmo, no caminho, não havia um bom lugar para servir de fundo. Não havia. Então ríamos da nossa sorte, e continuávamos correndo.
Até que, enfim, chegamos. Antes da portaria, havia uma escada. Começamos a subir calmamente. Ele estava na frente, e eu, uns cinco degraus para baixo. Não era o momento esperado, mas era um momento. Ele ergueu a câmera o mais alto que pôde – e foi aí que aconteceu. Uma rajada de vento muito forte soprou, e eu me assustei. Dei um grito, pulei três degraus de uma vez só, desandei a gargalhar. Ele, rindo, se assustou com o meu grito, e no susto, sem perceber, apertou o botão da câmera.

Então, sentamos por alguns instantes. Ali mesmo, no alto da escada. O vento parou. Como já se sabe, parecíamos mesmo muito bobos. E realmente éramos, ou estávamos muito bobos naqueles dias. E como bobos, conversávamos e gesticulávamos e ríamos de tudo até o momento. Ainda estávamos lamentando a tal fotografia que não havia acontecido. Ele pegou a câmera, apenas para dar uma olhada. E qual não foi a nossa surpresa ao ver, penso eu, uma das fotografias mais memoráveis de nossas vidas. Se ele estiver lendo isso, tenho certeza que irá rir. Ou pelo menos sorrir, ao lembrar daquela cena. Se não conto como é a foto, é por vergonha. E também por respeito ao nosso momento.
Ao desavisado, um aviso: não saia em um dia em que a previsão alerta sobre temporais. Fique em casa, espere por um belo dia de sol e então saia para passear. Deixe a expressão da foto do dia do vento como sendo exclusivamente nossa.

dia de chuva

Por enquanto, o dia não está sendo bom. Não está sendo triste, mas está sendo irritante. E irritação é algo irritante, não é? Nos deixa até irritados...

Vim hoje ao escritório buscar alguns documentos. Fiquei mais de meia hora para descobrir a senha que colocaram no computador. Descobri a senha, mas nada deu certo, fiquei sem documentos. Que seja.

Está um dia cinza. Chove. Há mais de cinco fins de semana que tem chovido aqui, então o povo já se acostumou. No sábado a tarde, a programação é filme e pipoca. No sábado a noite, assistir um filme com pipoca. No domingo, dormir o dia inteiro, ou talvez ver um filme comendo pipoca. Essa é a programação para os simples mortais.
Já nós, formandos e vestibulandos, não nos importamos mais com essas simples coisas da vida. Nós, que não largamos os livros, adoramos passar as tardes, noites e madrugadas escrevendo relatórios, lendo, pesquisando. Nós, estudantes, alcançamos a felicidade plena resolvendo exercícios em uma tarde de domingo. Confesso que esta última parte, a dos exercícios, não se refere a mim. É um tributo aos amigos da medicina. Graças a eles, descobri que não nasci para a medicina. E também não se refere a mim o passar tardes fazendo relatórios. A mim só as noites e as madrugadas. Infelizmente tenho um cérebro independente do corpo. Ele possui seu próprio horário. Só começa a funcionar e ter ideias a partir de certo horário da noite, invadindo assim, o horário de descanso do meu corpo. Se continuar a me prejudicar, vou arrancá-lo. Ele que vá procurar outra freguesia.
Começou a chover outra vez. O cara da produção me chamou pra ver a água escorrendo na rua. Que falta faz um bueiro numa esquina.
Mas eu vou embora. Não temo toda essa água, ainda mais porque tenho artilharia contra isso: um grande e potente guarda-chuva azul.
E ele é chamativo. Mais eficaz ainda.

Até logo.

domingo, 11 de outubro de 2009

:P

HAHA, me chamaram de depressiva por lerem coisas daqui.
É, isso acontece quando se escreve coisas enquanto está chateado (portanto muito cuidado ao deixar seu querido diário a solta por aí... podem ler e te tachar de suicida).
Bom, mas quem me conhece sabe que eu estou longe de ser depressiva. Aliás, nessa semana, para uma coisa que aconteceu de muito ruim, pelo menos três coisas boas aconteceram. Então, estou no lucro, e estou até semi-saltitante.
Postando hoje por dois motivos.
Um é dar minha opinião sobre a saudade: ela deveria ser respeitada, e deveria existir um espaço para ela estar. Trocando em miúdos, não se tem oportunidade de ficar um pouco away. Por exemplo: você vai viajar. Chega em seu destino, entra no msn. As pessoas que aqui ficaram nem sentem sua falta, porque você já está lá, pronto pra bater um papo. Isso é chato! Não se sente mais saudade, e saudade, às vezes, é legal sentir. Ou não. Mas aí quando você encontra com a pessoa, já nem sente "euforia" ao conversar com ela, porque não é algo novo, ou seja, você pode fazer todo dia! Ah... na verdade, só estou falando isso porque hoje encontrei-me com uma amiga que veio passar uns dias aqui. A despedida teve estilo: com direito à abraço, coraçãozinho no ar e chororô. Cheguei em casa, entrei no msn e ela estava lá. Sem mais.

O outro motivo é falar da frase que ouvi hoje, dirigida a mim(!): "Se você não existisse, eu te inventaria".
Ótima frase! Se você está precisando de ideias para alegrar e aumentar a autoestiama de alguém, aí está.

Au revoir.

Ps. provavelmente, escreverei mais a respeito de minha opinião sobre a saudade, porque hoje não me fiz clara.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

untitled

Queria escrever algo hoje, mas sinceramente não sei como fazer. Sou daquelas pessoas que se abalam por pequenas coisas.
A vida é mesmo engraçada, e às vezes acontecem coisas para as quais não estamos preparados. A maneira como reagimos a isso é que decide todo o resto das nossas vidas. Estou tentando reagir positivamente, e estou sorrindo; mas tenho um coração. Descobri o que, há tempos, poetas e integrantes da boemia já sabim: o amor dói.
Dói mesmo, e sinto que isso é ridículo.
E relendo este parágrafo, sinto vontade de apagar tudo, rir da minha própria tolice e fingir que nada aconteceu. Mas eu sei que, se em algum momento eu parar sem nada para fazer, e nesse momento se vierem pensamentos à minha mente, irei me angustiar. Afasto os pensamentos ou trago-os intensamente até que todo o sofrimento vá embora?
Não sei, apenas estou exagerando.
Na verdade, está tudo muito bem. Até outro dia.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Dedicado

A princípio, o pedido era que eu escrevesse um soneto. Confesso que não tentei; talvez seja o dia meio chuvoso, ou a falta de idéias, ou mesmo uma incompetência para rimar, não sei. Sei apenas que quero lhe falar, mas de outro jeito, sem uma forma a seguir. Realmente, essa pessoa a quem estou escrevendo é bastante importante para mim, e isso me faz pensar duas, três, quatro vezes, antes de escrever alguma coisa. Portanto vou me concentrar bem e procurar algo que me inspire. Um lago, um enorme lago, montanhas, árvores levemente balançando. Um ventinho suave, e o céu nublado. Passarinhos chacoalhando as penas ainda úmidas, também há flores, e junto com tudo isso, uma gripe que não me deixa aproveitar o dia.Você, meu caro leitor pode pensar que esta é a única causa de eu estar tediosamente escrevendo, a gripe, e não o julgo mal, pode até ter razão. Mas ele já me pediu isso há algum tempo, embora quisesse um soneto... sim, realmente me frustra não poder escrever algo belo. Meu ideal seria escrever algo tão belo que trouxesse contentamento aos seus olhos, e lhe fizesse singelamente sorrir, e passar um dia inteiro sentindo-se feliz por ser inspiração para algo tão bonito. Meu ideal seria lhe emocionar e lhe fazer suspirar... Sou muito idealista. Registre-se que a intenção foi essa,pura e verdadeira.E enquanto eu estou aqui queimando meus miolos,sofrendo e suando sangue (perceba-se o quanto estou me dedicando), ele está passeando e penso que foi à praia. Deve ter chego na praia e deitado na areia.Então sentou-se, olhando em volta; olhou a areia, olhou as pessoas, observou, flertou, e de súbito correu para o mar. Depois voltou para a areia e esticou-se para o sol lhe secar. Logo ele vai cansar do sol e ir embora, e eu vou continuar aqui com meu céu nublado. Ele não tem culpa, não sabe, por isso pode ir. Que divirta-se, a vida é curta para quem é jovem, e eu gosto de vê-lo aproveitar sua juventude. Eu gosto de vê-lo. Eu gosto dele.Talvez daqui a algum tempo nós não iremos mais conversar, esse é o rumo natural das coisas, a vida é mesmo triste. Tudo que passamos e as coisas bonitas que falamos, ele não vai mais lembrar. Ele um dia caminhará pela rua e ouvirá ao longe a minha música favorita, e pensará se já não conheceu alguém que gostasse dessa música; vai se distrair com algum barulho de carro e deixar o pensamento pra lá, pois não era importante. Mas talvez algum dia, assistindo a algum documentário sobre flores ou sobre amor, ou lendo algum livro em um dia de outono,ele tenha uma remota lembrança de alguém que gostava de cada besteira que ele falava, e detestava cada besteira dele; de alguém que adorava brigar com ele só pra ver como seria a reconciliação, sempre engraçada; alguém que ria de tudo que ele dizia; e enquanto estiver tendo essas lembranças, ele vai sorrir, e pensar que foram bons tempos, mas que já passou. Talvez tudo isso aconteça, querido leitor, o que me faz sentir uma pontinha de melancolia.Mas agora a dor de cabeça está passando, a gripe também, alguns raios de sol estão começando a aparecer, e há um passeio maravilhoso a se fazer por aqui. E ele não vai estar aqui para ver as borboletas coloridas voando sobre a água. Ele vai estar lá, fazendo suas coisas.Ele é de lá, eu sou daqui. Não poderia lhe ensinar a viver como alguém daqui. Resta-me apenas dizer que uma pessoa daqui se agrada muito de uma pessoa de lá, e gostaria que o lá fosse aqui, e paro por aqui para não me confundir nesse monte de lás e aquis.

fogo

  sinto que você me leva para outro mundo uma outra dimensão não consigo segurar firme meus pés no chão tento não alimentar