o favo cheio,
que encontro no meio da manhã
vida fio, escorre no rio entre os meus lábios
mastigo e aprovo, sofreguidão feliz
seiva nativa, deito-me nua
na rua
viva alegria,
por onde vão os caminhos passado e o presente,
e a pedra, a terra, o mato e o asfalto e a batente
o muro o mundo a chuva criadeira
ando na sanga, ligera
piso na grama, maneira
desviar da corredeira
colho os gravetos, madeira
atravessando a esquina
o asfalto, lua neblina
entro no sonho
durmo na escada
bato à porta,
rasgo o favo,
escorro o mel, encho minha boca
eu ergo pro céu
é da flor branca esse mel
flor branca de laranjeira
laranja de trepadeira
durmo num sonho menina abelha
é sua cidreira
durmo num sonho menina abelha
na cachoeira