segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Belo Horizonte

Há quatro anos atrás, havia uma casinha, no final da rua Belo Horizonte
Estava escondida no meio de muitas árvores, e era atingida vagamente por uma réstia de sol
Era alta – era preciso subir
As escadas em L levavam a uma pequena salinha com uma poltrona solitária
Ali era lugar de contos divertidos e fábulas,
Noites movimentadas e amizades risonhas
E de primeiros amores
Aos fins de tarde era servido chá em louça especial
Enquanto a brisa soprava nos temperos dos vasinhos
balançava a rede na sacada e enchia a calçada de folhas
a rua de calçamento barulhava com o chegar dos carros às seis
e o grito das crianças de colégio era ouvido abafado pelo matagal
e de madrugada
podia-se olhar pela janela
para contar estrelas

hoje a casinha não existe mais,
nem as pessoas, nem as noites nem as serestas
tampouco o calçamento, tampouco a rua
só as crianças
que continuam a nascer
e as estrelas
que conto ao caminhar

fogo

  sinto que você me leva para outro mundo uma outra dimensão não consigo segurar firme meus pés no chão tento não alimentar