sábado, 21 de novembro de 2015

Acontece de verdade



Olho pela janela da sala
Os pingos caem lentamente
na rua tudo igual
mas algo incomoda minha mente


Essa tarde de sábado, com amigos reunidos
para lembrar que as coisas às vezes são pesadas demais

cenas fortes que a gente vê
tão próximas ou na TV

e a menina que sorria
hoje é mais uma estrela que irradia

deixa eu deitar minha cabeça em paz
deixa eu pensar que esse mundo é bom demais

só não me deixa
- deitar a cabeça em paz
- sonhar que o mundo é bom demais

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Por que não é.
Tem um aparelho montado, um sistema quebrado, um papo furado: de que hoje mulher não tem do que reclamar


Passo na rua e vejo um homem sentado; me aproximo, puxo uma conversa. Várias ideias. E o cara ensina, e ele viveu, e ele sabe, e ele passou, mas me fala algo que me engasgou.
Machismo


Nenhum homem pode me dizer até onde o meu feminismo pode ir

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2014, sobre quando aconteceu uma tragédia

Concorrência



Ele caminha assim
mãos no bolso sem se distrair
A noite acaba e ele precisa voltar

Bonito feio pobre rico
Ele está competindo

- tudo no seu lugar

As construções continuam
Elas ajudam a quem?
O que acontece aqui, que eu não sei?

Por causa da gerência, VOU BOTAR FOGO NESSA BODEGA!
daqui não sai mais ninguém!

Segura que eu vou sair!



2014

Medievo



Vivo em um castelo
com príncipes e princesas
duques e duquesas
que muitas medalhas têm

De  outros reinos vieram
depois de serem batizados
congratulados e condecorados
com títulos de cavaleiros

Em nossas vastas bibliotecas,
tinta e pena
passam dias e dias
escrevendo um problema

E depois reúnem
todas essas cartas trabalhadas
fazem uma grande montanha
de produção empilhada

Quanto maior o monte, maior a medalha

O povo nos muros
de cara feia pede pão
escrevem sobre isso
Escrevem um montão

Os comerciantes, nos muros
vendem broa e sabão
cobram o olho da cara
mas ninguém deixa de pagar, não

Eu, na masmorra
em minha escrivaninha
sem medalhas escrevo
para conseguir a minha

Com corrente nos pés
algema nas mãos
sem broa nem sabão
bamboleando no cordão


(sobre minha formatura: olho para o castelo
olho para o muro
quero deixá-lo
mas não)


2014

Som



Existe um som que não pode ser traduzido em onomatopeia, e é o som que me encanta. É mais ou menos o som do vento batendo rápido nos cabelos e nos ouvidos, enquanto o seu cavalo corre em uma clareira, em uma floresta, ou você corre com seu carro na quinta marcha dentro da cidade em uma noite tranquila, serena e com pequenas gotas de chuva

2011


Também é o som do vento que bate nos cabelos e ouvidos enquanto desce uma rua em sua bicicleta
(a descida da Vila B).

Adicionado em 21 novembro de 2015

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

catarse de pensamentos de adolescente




não sei por que escrevo algumas coisas, às vezes.


Não tem nada a ver.





Eu vivo a vida tudo misturado

^ escrevi errado.



Quero me casar

A Aranha - parte III


Eu nunca mais vi a aranha


e parei de trabalhar aonde eu a encontrava


Acho que esqueci dela no decorrer de uns dois ou três dias


Trabalhar para os outros em um clima estranho não é legal

domingo, 8 de novembro de 2015

Sempre você Lá, Sol, Ré



a primeira vez que eu te vi,

fiquei curiosa,
inventei uma história na cabeça


a segunda vez que eu te vi, você estava com um amigo bonito
te achei normal

tocamos uma canção
no violão
e você me perguntou sobre o meu namorado


a terceira vez que te vi,

fiquei encantada pelo teu jeito


na quarta vez que te vi, você fez uma massagem na minha mão

eu respirei forte

eu não entendia muito bem disso


as outras vezes que eu te vi, eu não lembro

e a vez decisiva que te vi,

foi quando fui ao seu quarto e sentamos no chão

cantei enquanto você tocava

com facas nos olhos, e um beck na mão


depois disso você viajou

e quando voltou, eu já não namorava mais

fiquei esperando você
pra gente conversar das coisas casuais


na vez que chegou de viagem, sentamos na calçada com outros amigos

e alguém cantou a pedra enquanto eu olhava você comer

eu fiquei com vergonha!

mas deixamos assim
e no fim de semana houve uma festa

na vez que te vi na festa,

meus olhos brilharam
e te chamei para ir buscar água comigo, só para ficar um pouco mais com você
você não entendeu

fui para outro lado
onde um menino conversava comigo se aproximando demais

e foi naquela vez que te vi,
estendendo a mão para me tirar dali

que de verdade senti

o que sei até hoje

você é só você

e sempre você




fogo

  sinto que você me leva para outro mundo uma outra dimensão não consigo segurar firme meus pés no chão tento não alimentar